(Foto: Foto: Alan Santos/PR)
A cidade de Parnaíba recebeu nesta quarta-feira (14/08) a visita do presidente Jair Bolsonaro. Veio a convite do prefeito Mão Santa, justo na data em que o município do litoral piauiense comemora 175 anos de emancipação. Foram poucas horas em solo nordestino. Recebeu título de cidadão parnaibano e visitou a escola do Sesc, alvo de polêmica durante as últimas semanas, já que a intenção da entidade é dar ao prédio o nome do presidente Bolsonaro. E na hora de discursar, como era de se esperar, não foi nada sutil.
Na intenção de agradecer a recepção e estabelecer um laço de proximidade, preferiu dizer, do alto da sacada do aeroporto de Parnaíba, que apesar de não ter a “cabeça grande” é “cabra da peste”. Quem estava lá embaixo riu e aplaudiu. Fez graça com Mão Santa, com Dona Adalgisa, e agradeceu a confiança do prefeito, que perdura desde 2017. Época em que, admite Bolsonaro, pouca gente acreditava em sua candidatura.
Seguindo na pauta política, criticou os governadores do Nordeste que querem separar a região do Brasil. “Esses cabras estão no caminho errado”.
“ACABAR COM O COCÔ DO BRASIL”
Quando partiu para a crítica partidária, Bolsonaro disse que o crescimento do Nordeste passa pelo combate à corrupção. “O Mão Santa me disse agora pouco, que nós vamos acabar com o cocô no Brasil. E o cocô é essa raça de corruptos e comunistas. Nas próximas eleições vamos varrer essa turma vermelha do Brasil. O que estamos fazendo pelo Brasil? Mostrando que o Brasil vai dar certo”, disse causando furor entre os apoiadores.
Seguiu dizendo que, em seu governo, “acabou essa história de roubar o povo nordestino” e que, para cumprir o que prometeu nas eleições, o Nordeste vai ter uma “chuva de honestidade”. “O que esse pessoal de esquerda sempre quis, no final da história, foi roubar a nossa liberdade, e não vamos admitir isso”, completou.
Mencionou o 13º do Bolsa Família, combate à fraude no programa e a necessidade de reduzir o número de pessoas que precisam do benefício.
IDEOLOGIA DE GÊNERO E PORTE DE ARMA
Bolsonaro repetiu declarações de que ideologia de gênero “é coisa do capeta” e que, apesar de aceitar todas as religiões, os brasileiros hoje têm um “governo cristão”, comprometido em “fazer nossos filhos melhores que nós” e em garantir “educação em casa e instrução na escola”. Defendeu a posse e o porte de arma de fogo, justificando que “o povo armado jamais será subjugado”
Quando saiu do aeroporto, quebrou o protocolo por pelo menos duas vezes, quando parou o comboio para cumprimentar apoiadores da janela do carro. Bolsonaro ainda concedeu entrevista à imprensa. No colégio do Sesc, o evento foi restrito a políticos, empresários e aliados partidários.